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No começo de dezembro, a unidade iTec/FURG, credenciada à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), recebeu a habilitação oficial para operar no chamado Ciclo 2 para startups. Com isso, a FURG passa a ser uma das únicas instituições do país com atuação voltada para a área da robótica e automação que atende empresas emergentes tanto na criação quanto na implantação e entrega para o mercado de novas tecnologias nesta área. O processo de avaliação levou em conta diversos fatores como a infraestrutura, a equipe técnica e o potencial de desenvolvimento tecnológico da universidade, tornando-a um centro de referência para investidores, empresários e empresas da região e do estado.
A conquista é um trabalho coletivo entre o iTec, a incubadora de empresas da FURG – a Innovatio -, e o Parque Científico e Tecnológico – o Oceantec -, da universidade. De acordo com o gestor da Innovatio, Alessio Almada, por meio dessa habilitação, será possível criar condições ainda melhores para a geração de startups. “A validação dos produtos gerados por essas empresas contará com o apoio da rede de pesquisadores do iTec, para se inserirem no mercado de forma qualificada, ou seja, com TRLs mais altos”, explica.
O credenciamento traz, ainda, outra novidade: uma parceria com uma aceleradora de startups, com grande experiência de mercado, a qual proporcionará tanto a tração como escala de mercado para as startups participantes. A aceleradora Ventiur fornecerá o serviço de mentoria para essas empresas, proporcionando uma forma de estruturar internamente o trabalho e organização dos objetivos da startup, bem como, fornecendo conexão com o mercado para a devida comercialização e distribuição do produto final.
Mas o que significa TRL?
O Technology Readiness Level (TRL) é uma escala utilizada para medir os níveis de maturidade de uma determinada tecnologia. Os níveis mais baixos denominam etapas iniciais, como prova de conceito, ideia e protótipo (TRL 3 a 6), em contraste com os níveis mais altos, que denominam etapas finais do processo, como o produto pronto e a oferta do mesmo ao mercado (TRL 7 a 9), o que abre um leque muito maior de possibilidades de parceria no que tange ao desenvolvimento tecnológico.
Segundo o diretor do Oceantec, Artur Gibbon, essa é mais uma forma de interagir com as possibilidades ofertadas dentro do escopo de atividades Embrapii. “O Ciclo 2 oferece um ambiente maduro para o crescimento de startups, e é algo que falta na região. O edital nos ofereceu a proximidade com a Ventiur, por exemplo, que é uma das melhores aceleradoras do país”, aponta. Essa parceria possibilita à universidade, também, outras interações em paralelo, como a oferta de palestras, por exemplo, contribuindo para o aprimoramento acadêmico.
Ciclo 2: mais possibilidades de interação entre a universidade e a indústria
Atualmente, a função do iTec reside em suprir demandas específicas de indústrias relativas ao desenvolvimento tecnológico na área de robótica e automação. Segundo Alessio, quando existe o credenciamento Ciclo 2, novas possibilidades se abrem nesse processo. “Já é previsto, por exemplo, a criação de startups no processo de concepção das tecnologias demandadas, por exemplo. E dentro dessa alternativa, é possível que as startups desenvolvam soluções para as demandas das empresas contratantes, ou ainda, desenvolvam algo para si mesmas”, destaca o professor.
Em outras palavras, neste processo, a universidade pode promover não apenas a solução prática de um problema ou impasse do setor industrial, mas também, fornecer uma ferramenta de impulsionamento e criação de empresas menores, voltadas para o desenvolvimento tecnológico e aplicação prática desses produtos. Nesse contexto, a FURG, por meio do iTec, passa se tornar um polo de captação e geração de novas tecnologias, aprimorando a ciência e o mercado regional.
Mas, para isso, é preciso que a startup tenha participado do Ciclo 1, que contempla níveis mais baixos de TRL, e serve como base para o desenvolvimento de seus projetos futuros. “As startups se aproximam da universidade pela Innovatio para desenvolver o Ciclo 1; ou seja, entram com uma ideia, junto ao iTec, de desenvolver uma tecnologia. Num segundo momento, candidatando-se ao Ciclo 2, podem ganhar a tração e a escala, aumentando seu mercado, aliado ao suporte teórico e prático, gerando aprendizado e conhecimento, com o auxílio da aceleradora Ventiur e da Innovatio”, expressa Alessio.
Como isso impacta o trabalho do iTec?
Até então, o iTec não se preocupava estritamente em trazer startups para auxiliar no desenvolvimento de suas tecnologias, uma vez que o trabalho inicial envolve o desenvolvimento de um protótipo (TRL 6) pronto para ser implementado pela empresa contratante. No entanto, em função do Ciclo 2 exigir que essas startups que por ventura serão contempladas já tenham participado do Ciclo 1, é um fator de motivação para realizar esse processo em conjunto, sabendo que é possível potencializar essas tecnologias e pequenas empresas no futuro próximo.
Para a Diretora do iTec, Silvia Botelho, a habilitação coloca a FURG em outro patamar como vetor de desenvolvimento regional. “A possibilidade de atender demandas tecnológicas em conjunto com startups e empresas de base tecnológica fomentará emprego e renda na região por meio de uma proposta endógena de desenvolvimento sustentável. É a FURG cumprindo seu papel de fazer o conhecimento gerado na academia gerar bens tangíveis e melhorias para o Brasil”, destaca.
“Agora, se uma startup participa do Ciclo 1, é possível vislumbrar essa empresa sendo potencializada no Ciclo 2, ou seja, aquilo que foi apresentado como protótipo, pode se tornar de fato vendável, por meio da customização, aprimoração e adequação, levando o produto para uma escala de maturidade em que a tecnologia desenvolvida está totalmente operacional e pode ser vendida para qualquer empresa interessada”, conclui Alessio.
Fonte: Repost FURG / Por Hiago Reisdoerfer