Serviço Geológico do Brasil completa 52 anos produzindo e disseminando conhecimento

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A missão do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, é gerar e disseminar conhecimento geocientífico com excelência. Nesse último 15 de agosto, a instituição completou 52 anos contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento sustentável do Brasil, através de estudos nas mais diversas áreas. "O trabalho de pesquisa do Serviço Geológico do Brasil, do setor de mineração e das universidades é essencial para conhecermos melhor o nosso país, o nosso território e os bens minerais que existem nele", comenta o geólogo Matheus Silva Simões. Ele é um dos 572 pesquisadores do SGB-CPRM. São 140 doutores e 321 mestres na ativa.

Repositório Institucional de Geociências (RIGeo) , plataforma de livre acesso, reúne mais de 13 mil publicações, entre artigos, informes, mapas, relatórios técnicos e atlas, publicados desde 1959. A disponibilização dos relatórios institucionais na web teve início ainda em 2008, com a escanerização dos relatórios mais antigos e criação da biblioteca virtual. O repositório é integrado ao GeoSGB , uma base com dados, mapas, imagens e relatórios, que também permite inserir e editar dados e espacializar os resultados de pesquisas realizadas pelo SGB-CPRM. Todos os produtos oriundos de projetos técnicos desenvolvidos na empresa estão disponíveis nesses portais, que são identificados como interfaces técnica geológica junto à comunidade geocientífica, tanto no Brasil quanto no exterior.

Mas o SGB-CPRM não abandonou os acervos físicos. A instituição mantém a Rede Ametista de Bibliotecas, que além de gerenciar o RIGeo, disponibiliza o acesso à sua coleção em 13 bibliotecas especializadas em geociências. Possui ainda uma rede com 10 litotecas, com acervo constituído por testemunhos de sondagem, amostras de rochas, alíquotas geoquímicas, lâminas petrográficas e materiais de geologia marinha.

Desde 2018, parte da produção científica do Serviço Geológico do Brasil é publicada no Journal of the Geological Survey of Brazil (JGSB), periódico científico que também aceita submissões de cientistas de fora do SGB-CPRM. O JGSB é revisado por pares, publicado três vezes por ano e já tem 12 edições. Em 2019, o Journal passou a integrar o Periódicos CAPES, maior portal brasileiro que reúne publicações científicas para acesso pela comunidade acadêmica. The Archean Rio das Velhas greenstone belt revisited: new insights into the stratigraphy foi um dos artigos científicos publicados em 2020 passado pelo JGSB. Para a autora, pesquisadora do SGB-CPRM Joanna Chaves Souto Araújo, "os artigos científicos permitem que o conhecimento gerado pela pesquisa tenha um alcance de escala global, democrático. A revisão por pares garante a credibilidade do processo".

Prédio histórico abriga conhecimento sobre história da Terra

Talvez o maior símbolo da disseminação de conhecimento promovida pelo Serviço Geológico do Brasil seja o Museu de Ciências da Terra, situado no bairro da Urca, Rio de Janeiro, a poucos metros do Pão de Açúcar, em um imponente prédio de estilo neoclássico tardio tombado. Criado em 1907, o museu conta hoje com um dos mais ricos acervos da América Latina. São mais de 10 mil amostras de minerais (brasileiros e estrangeiros) e de meteoritos, além de 12 mil rochas e 35 mil fósseis catalogados. A biblioteca contém em torno de 100 mil volumes de publicações relacionadas à área de geociências.

Museu de Ciências da Terra encontra-se fechado para reformas, mas o espaço costumava sediar oficinas e atividades educativas e culturais, proporcionando interação e entretenimento para o público. Mesmo não recebendo visitas, a instituição promove uma exposição virtual sobre os meteoritos em seu acervo.

Educação em geociências para todos

Em 2019, buscando atender demandas de popularização das geociências e do trabalho do SGB-CPRM, foi criado o SGBeduca . Por meio de conteúdos mediados e apoiados nas novas tecnologias de informação, voltados à sociedade, em particular a professores e alunos, o programa leva educação para todas as idades. O site do SGBeduca disponibiliza materiais específicos para cada público: crianças do Ensino Fundamental; jovens que cursam o Ensino Médio; professores e adultos.

Apesar da linguagem acessível, o material não deixa de ter rigor científico: tudo é revisado por pesquisadores do SGB-CPRM especializados na área abordada, e também em mediação e educação. O SGBeduca, junto ao VIC (Visualização da Informação Científica), produz animações e traduz vídeos que estejam em outros idiomas. Além de materiais dos pesquisadores do SGB-CPRM, o programa aceita contribuições de outras instituições - que também passam por avaliação antes da publicação. Segundo a geóloga Deborah Mendes, o programa "preenche uma lacuna no ensino das geociências, porque disponibiliza todo esse material didático de forma gratuita para alunos e professores."

 

 

Fonte: RIGeo   ABCdoABC