Dia 4 de janeiro: Dia Mundial do Braille

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No dia 4 de janeiro é comemorado o Dia Mundial do Braille, data de nascimento do francês Louis Braille, o criador deste importante sistema de escrita tátil, criado para pessoas cegas há cerca de 200 anos. Braille ficou cego aos três anos de idade devido a um acidente que causou infecção em seus dois olhos. 

A celebração da data tem também o objetivo de conscientizar a sociedade e exigir acessibilidade de empresas e serviços para implementar o Braille em embalagens, cardápios e serviços como ato de responsabilidade social e respeito às pessoas com deficiência visual. 

Sobre o sistema Braille

O sistema Braille consta de seis pontos em relevo, que, em diferentes posições, permite a formação de 63 combinações ou símbolos para escrever textos em geral, anotações científicas, partituras musicais, além de escrita estenográfica. 

Assim, os usuários podem ler e exprimir-se em todas as línguas que usam o alfabeto ocidental, utilizando um reglete e punção (equivalente ao lápis ou caneta) em um papel ou em máquinas de escrever em Braille. A leitura é realizada da esquerda para a direita.

Braille no Brasil

O sistema desembarcou no Brasil em meados de 1850 pelo professor José Álvares de Azevedo, cego de nascença, que ao aprender o sistema Braille na França, decidiu retornar ao Brasil com a missão de disseminar o sistema aos cegos brasileiros e criar uma escola para tal finalidade. Porém, o jovem faleceu em 1854, aos 20 anos de idade, vítima de tuberculose, seis meses antes da inauguração do seu sonho. Pela contribuição à população cega brasileira, Azevedo recebeu o título de “Patrono da Educação dos Cegos no Brasil” e o dia do seu nascimento, 8 de abril, foi declarado oficialmente Dia Nacional do Braille.

O sistema foi utilizado em nosso país, na sua forma original, até a década de 1940, quando precisou sofrer algumas modificações impostas pela reforma ortográfica da Língua Portuguesa, ocorrida na época.  Somente em 1999 foi criada a Comissão Brasileira do Braille,  que no ano seguinte passou a trabalhar em conjunto com uma comissão portuguesa criada com o mesmo objetivo. O trabalho foi concluído em 2002 e a Grafia Braille para  a Língua Portuguesa passou a ser adotada em todos os territórios brasileiros e portugueses, conforme a recomendação da União Mundial de Cegos e da Unesco. O resultado foi a criação de um documento normatizador e de consulta, destinado especialmente a professores, transcritores, revisores e usuários do Braille. Acesse aqui

Convenção

O braille é um meio de comunicação para pessoas cegas, como está refletido no artigo 2 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Ele é essencial no contexto da educação, liberdade de expressão e opinião, e acesso à informação e comunicação escrita, bem como quanto à inclusão social de pessoas cegas.

Para os 39 milhões de pessoas que são cegas e os 253 milhões que têm deficiência visual, a perda de visão geralmente aumenta as desigualdades, dificultando o seu acesso a cuidados de saúde e impondo barreiras no acesso à educação e ao trabalho.

Com base em muitas décadas de trabalho da ONU no campo da deficiência, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada em 2006, vem proteger ainda mais os direitos e o bem-estar das pessoas com deficiência na implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

 

O Sistema de Bibliotecas da FURG, disponibiliza um Acervo em Braille, que possui mais de 260 obras, tais como dicionários, folhetos, lâminas de alto relevo, livros e periódicos. Parte do acervo de livros foi adquirido através de doação da Fundação Dorina Nowill para Cegos (São Paulo), Santa Casa da Misericórdia de Porto (Portugal) e Instituto Benjamin Constante (Rio De Janeiro). O SiB também possui cerca de 200 audiolivros, e 100 registros sonoros (musicais e não musicais), disponíveis para seus usuários.

Disponibilizamos ainda  lupa eletrônica, acionador de pressão, mouse adaptado  com acionador e teclado colmeia (bibliotecas de todos os campi).

Os computadores das bibliotecas possuem computadores com NonVisual Desktop Access (NVDA), que trata-se de um leitor de tela, de acesso livre e também o recurso do Windows de ampliação de caracteres. Além disso, a biblioteca central disponibiliza lupas tamanho A4, para pessoas que necessitem da ampliação dos textos estudados.

Infraestrutura

Na biblioteca da área acadêmica da área da saúde há piso tátil em parte da biblioteca. Já na biblioteca central (campus Carreiros), foi instalada uma porta de entrada automática, disponibilizada uma escada móvel, para pessoas de baixa estatura e uma mesa adaptada, para cadeirantes. No balcão de atendimento dessa biblioteca, há atendimento preferencial, com balcão em nível menor e também uma sala preferencial para pessoas com necessidades específicas. Em parceria com o NEAI - Núcleo de Estudos e Ações Inclusivas da FURG, foram desenvolvidas algumas ações, dentre elas a criação da sala acessível na Biblioteca Central, destinada ao atendimento personalizado à pessoas com necessidades específicas e também treinamentos para atendimento inclusivo.

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Site do Sistema de Bibliotecas da FURGCiviam